“Nossos índices bons são muito melhores que os ruins. Somos campeões de coisas boas”, afirmou o prefeito Murilo sobre Dourados durante entrevista à rádio Grande FM, no programa ‘A Hora da Verdade’, no final da manhã deste sábado, dia 19. Aos jornalistas Osvaldinho Duarte e Eduardo Palomita, Murilo fez um balanço do ano de 2015.
Ele revelou que após a reeleição da presidente Dilma Rousseff sentiu que o clima do país mudou e percebeu que 2015 seria um ano difícil. “Mas com planejamento conseguimos blindar Dourados da crise e conduzir o processo. Não foi fácil, mas os pagamentos estão em dia. A receita caiu desde julho. Nos últimos seis meses nem sei quantas vezes fui à sala do seo Jorge [tesoureiro da Prefeitura]. Mas nos preparamos e o 13º salário está na conta dos servidores”, afirma Murilo.
O prefeito disse ainda que o corte no orçamento da União preocupa, mas o que já foi licitado está sendo tocado. Informou ainda que muitos projetos estão em Brasília, prontos para serem assinados. Tudo isso, segundo ele, faz parte de um planejamento que vai além dos três pilares básicos, que são assistência social, educação e saúde. “Aqui nós também criamos o ambiente para a cidade cresce e desenvolver, para as pessoas criarem e estudarem os filhos sem precisar sair daqui”, disse.
Falando do desenvolvimento econômico, Murilo lembrou que as empresas e as pessoas estão chegando a Dourados. “Muitas pessoas de fora estão chegando e matriculando os filhos na rede de educação publica municipal. Dourados continua crescendo”, diz. Ele citou o caso da JBS, que investir R$ 560 milhões em Dourados para duplicar a produção de carne suína. E destacou a qualificação de mão de obra no apoio ao desenvolvimento. “Criamos o Qualifica Dourados. É a primeira coisa que a empresa pergunta ao chegar aqui. É sobre a qualificação de funcionários. E foi o que disse à JBS; a qualificação é conosco. Nos preparamos pra viver este momento”.
O prefeito também destacou a importância da diversificação da economia. “O agronegócio era o nosso pilar. Se chovesse ia bem, se não chovesse a cidade sofria. Hoje não é mais assim. Hoje nosso forte é os serviços. Não precisa mais sair daqui pra buscar serviços fora. Tem atendimento à saúde de qualidade, ensino superior, escola técnica, duas das quais ajudamos a trazer [IFMS e Brasil profissionalizado], além de cumprirmos o nosso dever com o ensino fundamental de qualidade. Nossa cidade hoje é autossustentável”, ressalta.
Sobre a infraestrutura Murilo falou do asfalto e recapeamento. “Fizemos projetos para termos 100% de asfalto em Dourados e encaminhamos para Brasília. Era um projeto de R$ 100 milhões. Desses conseguimos R$ 52 milhões na Caixa Econômica Federal, que assinamos antes das eleições. Depois das eleições não saiu mais nada. Se no ano que vem forem assinados vamos atingir a meta. Se não, eu deixo para o próximo prefeito assinar e continuar o projeto. Está tudo pronto”, disse.
Sobre o recapeamento informou que no início do ano que vem o Governo do Estado começa a recapear Dourados, começando pelo centro. “Temos o compromisso do Reinaldo. É um projeto de R$ 70 milhões. A prefeitura nunca vai ter um recurso desse pra recapeamento. Encontramos essa receptividade, essa parceria do governador. Começa pelas artérias; é trabalho de um ou dois anos”, informa. “Quando nos propusemos a ser prefeito sabíamos do problema da malha viária. Dentro de nossas limitações fizemos alguns recapeamentos, em artérias, que hoje dão outro fluxo à cidade”, acrescenta.
Ainda na parceria com Reinaldo citou os avanços na saúde. “Outro calo era o hospital regional para cirurgias. A demanda é grande e o Estado agora assume. Alugou o hospital São Luiz. Precisamos desafogar as cirurgias eletivas; pessoas esperam até meses. Vai ser muito importante”, afirmou. Citou ainda outros compromissos do governador importante com Dourados como a reestruturação do Distrito Industrial. “Tem o anúncio de novas empresas, a BRF, a Coamo, mas isso o governador vai vir aqui falar”, disse.
Na área da saúde destacou a retomada do Hospital da Vida para o controle da Prefeitura. “Criamos uma fundação e melhorou e vai melhorando progressivamente. Recebemos agora equipamentos dos mais modernos que existem. Implantamos a UPA e botamos para funcionar. Não é fácil, custa R$ 1,2 milhão por mês, mas nos planejamos para isto. E vamos deixar para o próximo prefeito mais uma UPA cadastrada, para ele se organizar e botar pra funcionar”, disse.
Na área da administração também falou da luta para entregar Dourados sem dívida e muito melhor. “Dourados não deve nenhum precatório. É zero. Tinha um precatório de R$ 450 milhão que era impagável em qualquer município do Brasil. Só de honorários advocatícios era R$ 60 milhões. Enfrentamos, fomos às ultimas instâncias. O CNJ veio a Dourados e foi ao Supremo Tribunal de Justiça, que acatou e liquidou os precatórios que vinham de 15 anos. O trabalho da nossa PGM, do CNJ e do Supremo tirou o peso que Dourados carregava”, destacou.
Falou das feiras criadas – Murilo criou 5 novas feiras na cidade – da construção da sede definitiva da Feira Livre da Rua Cuiabá, a mais antiga da cidade, que ficará na Rua Cafelândia. “Tá na terraplanagem. Vamos fazer. É uma área de 50 hectares com uma mata no centro e nas bordas vamos fazer a feira. Nessa primeira parte das obras os recursos são da Prefeitura”, disse.
Por fim, questionado sobre se sua administração entraria para a história pelo número de obras, Murilo afirmou que está concentrado para fechar bem o mandato no ano que vem. “Tem que estar preparado para entregar a prefeitura bem. Trabalhar como se fosse o primeiro dia de governo, quando só pensavamos em trazer a paz para cidade, a tranquilidade. Porém, ao mesmo, tempo com desprendimento. Temos prazo de validade, que vence dia 31 de dezembro do ano que vem. Queremos terminar bem. Vamos sair de cabeça erguida, com o dever cumprido”, garantiu.