Ao divulgar que investiu R$ 8 milhões na Saúde de Dourados durante o primeiro trimestre de 2019, a secretaria estadual de Saúde criou um clima de mal-estar político e acabou confundindo a população.
Se o leitor se apegar apenas à manchete divulgada pela Pasta, a impressão que dá é que os R$ 8 milhões acabam definitivamente com os problemas na saúde. A ideia que a matéria quis passar é que este volume de recursos foi depositado na conta da Prefeitura em apenas um dia, o que não é verdade.
O dinheiro anunciado neste primeiro trimestre foi para atendar às demandas do Hospital Regional e para pagar contratos de locação de equipamentos que o Governo do Estado cedeu para o Hospital da Vida, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Clínica da Mulher.
Os R$ 8 milhões não foram destinados para a atenção básica nem para a manutenção do Hospital da Vida e muito menos para custear a realização de cirurgias de alta complexidade, que fica por conta da Secretaria Municipal de Saúde.
Na matéria enviada para a imprensa pela secretaria estadual de Saúde consta apenas que o Hospital Regional realizou em um ano 1.800 consultas e 1.133 cirurgias de média complexidade, resultando uma média de 22 consultas por dia e seis cirurgias diárias.
Apenas para exemplificar, a UPA de Dourados realizou em apenas um dia, esta semana, quase 800 consultas, mais que o Hospital Regional faz em um mês de atendimento.
A prefeita Delia Razuk afirmou que o comportamento do secretário de Saúde ao fazer este tipo de divulgação não contribuiu para a solução dos problemas enfrentados na área de saúde.
A prefeita ressalta que Dourados atende uma população de quase um milhão de habitantes, de quase 35 municípios das regiões da Grande Dourados, Conesul, Vale do Ivinhema e Sul-Fronteira, e não é justo que um representante do Governo do Estado vá à imprensa para confundir as cabeças das pessoas, demonstrando má intenção, querendo criar problemas políticos e instaurar crises institucionais entre a Prefeitura e o Governo do Estado.