Nos últimos meses a prefeitura de Dourados, através do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), vem recendo denuncias, cujo alvo são pessoas que costumam acumular diversos tipos de materiais em casa, transformando o local em verdadeiros “lixões” além dos riscos de doenças. Essas pessoas denunciadas são conhecidas como “acumuladores”, normalmente com problemas psicológicos ou dependentes químicos, que costumam achar as coisas na rua e até no lixo e levar para casa, formando um grande depósito.
O CCZ recebeu entre 10 a 15 denuncias desse tipo nas últimas semanas. De acordo com a coordenadora do CCZ, Rosana Alexandre da Silva, na semana passada a prefeitura de Dourados foi obrigada a intervir numa residência localizada bairro Estrela Hory, Rua Projetada A, onde reside um homem, de 63 anos e que apresenta problemas de dependência química. O fato foi denunciado por vizinhos, que já não suportavam mais o mau cheiro, lixo acumulado, animais peçonhentos e pior, havia criadouros do mosquito Aedes aegypti em vários recipientes acumulados no local.
A Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) e CCZ (Centro de Controle de Zoonozes) iniciaram a limpeza na terça-feira, 10. Em dois dias de serviços retiraram sete caminhões de lixo, material reciclável e entulhos do local. A ação foi acompanhada pelo morador, que reside sozinho na casa.
A limpeza, que foi acompanhada pela coordenadora do CCZ, disse que a situação era de calamidade, muito lixo acumulado, fezes, materiais recicláveis, entulhos, além disso, o morador corria risco de contrair doença já que havia ratos, baratas, caramujos, ácaros, insetos, além de muitas larvas do mosquito Aedes aegypti. “Providenciamos a limpeza e passamos o caso para o Cras do Canaã I para fazer acompanhamento a fim de que o morador não volte a acumular lixo na residência”, informou Rosana.
Um outro caso parecido foi detectado em 28 de abril, quando o CCZ e a Semsur tiveram que intervir em uma residência localizada no Jardim Colibri.
Neste caso a ação atendeu um pedido do MPE (Ministério Público Estadual) para uma vistoria na residência, mediante denúncia de vizinhos. Rosana disse que precisou pedir a escolta da Polícia Militar, já que o morador oferecia resistência aos agentes de endemias quando tentavam vistoriar a casa.
Como o morador, conhecido como ‘Gilberto’, que mora sozinho no imóvel, não se encontrava no momento da vistoria, o CCZ teve que chamar um chaveiro para abrir o imóvel. No local, os agentes do CCZ e policiais se assustaram com tanta sujeira, lixo e tralhas acumuladas dentro da casa. Não havia focos do Aedes aegypti, mas quintal, havia muita sujeira, lixo, mato e materiais que futuramente poderiam servir de criadouros do mosquito.
A Semsur trabalhou durante dois dias fazendo a limpeza do local e retirou pelo menos cinco caminhões de lixo, entulhos e materiais recicláveis.
De acordo com Rosana, nesta terça-feira, o CCZ e a Semsur iriam entrar em ação para verificar outro caso, no Parque das Nações I. “Num momento em que a prefeitura está preocupada com a proliferação do mosquito que transmite à dengue, zika e chikungunya, as denuncias da população são bastante importantes”, disse.
Ela lembra que a preocupação não é só a respeito do mosquito ou outras doenças, esses acumuladores, são pessoas que possuem distúrbios psicológicos e que realmente precisam de ajuda. Rosana informou que esses casos têm passado para os Cras (Centro de Referência de Assistência Social) para encaminhamentos.
As denuncias podem ser feitas no CCZ pelo telefone (67) 3411-7753.