Depois de passar por um período de atendimento em um prédio locado, a Casa da Acolhida de Dourados foi totalmente reformada, ampliada e entregue pelo prefeito Murilo. O prédio que tinha apenas 316,46 metros quadrados de área construída, hoje está com 639,96 metros, o dobro do que era. Além disso, recebeu mobiliário novo, equipamentos de cozinha e uma grande lavanderia.
O ato aconteceu nesta sexta-feira, na presença de vários convidados, da secretária de Assistência Social Ledi Ferla e do procurador do MPT (Ministério Público do Trabalho), Jeferson Pereira. Ele que é parceiro da prefeitura no processo de funcionamento da Casa da Acolhida, foi o responsável pela doação de diversos bens móveis, incluindo camas, cozinha e uma lavanderia industrial, semelhante as que são utilizadas em grandes hospitais.
Segundo o procurador, são poucas as localidades no Brasil que dispõem de uma casa como a de Dourados, para atender moradores de rua e migrantes. “Com a situação complicada de violência, ninguém arrisca oferecer sua casa para um desconhecido então, fica o poder público com essa responsabilidade e, em Dourados o trabalho é feito com dignidade e cidadania”, destacou.
O prefeito Murilo comparou o serviço prestado pela assistência social a um guarda-chuvas, explicando que o atendimento ofertado é de proteção e segurança. De acordo com o prefeito, o investimento mensal na manutenção da Casa é alto, mas vale pena pelo que é feito em favor das pessoas que não tem sequer onde tomar um banho. “É uma questão de dignidade no trato com o ser humano”.
Outro ponto enfatizado pelo prefeito é com relação às moradores de ruas. “Em Dourados a gente não vê isso, ao contrário de outras cidades até com o porte menor”. O sistema de busca ativa da prefeitura sai às ruas, recolhe a pessoa, oferece cama, comida, roupa lavada e higiene, além de proporcionar assistência jurídica, médica e encaminhar diversas situações para solução, o que inclui a volta da pessoa para sua origem.
Ledi Ferla reafirmou que “a proposta do prefeito Murilo com a reforma e ampliação, é de garantir maior conforto e um atendimento digno a essas pessoas que precisam recuperar seus direitos perdidos”.
“Isso aqui é tudo” – Para o carioca Waldemar Augusto de Menezes, 73 anos de idade, a Casa da Acolhida é tudo na vida dele. Ele foi recolhido ao local como morador de rua, há pelo menos quatro meses. “O pessoal aqui já conseguiu até resolver minha aposentadoria e logo eu estarei morando em uma casinha onde eu poderei pagar o aluguel”. De acordo com a coordenação da Casa, ele se estabilizou e agora vai viver com suas próprias pernas.
Marlene Maria Ribeiro é de Goiás. Ela deixou a família por problemas pessoas e resolveu sair pelo mundo. Enfrentando problemas psicológicos por conta da situação, veio parar em dourados. Enquanto se preparava para dormir em cima de sua mala, no terminal rodoviário, uma guarda municipal providenciou sua remoção para a Casa. “Foi o que de melhor aconteceu na minha vida. Hoje sou outra pessoa e já posso voltar para minha família”.
Ela contou que em sua cidade Jaragui, sempre ajudou em causas sociais, defendendo os direitos das pessoas menos favorecidas e, agora se viu numa situação onde teve que recorrer a um serviço de assistência. “Fiquei impressionada com esse modelo apresentado aqui na Casa da Acolhida de Dourados e, com certeza, vou levar o que eu pode ver aqui, como sugestão para desenvolvido na minha cidade”.