A chuva de granizo que durou cerca de 30 minutos na tarde desta segunda-feira em Dourados, causou prejuízos e transtornos a diversas famílias e comerciantes da cidade. As pedras quebraram telhas, amassaram carros, destruíram antenas e placas. A Defesa Civil atendeu 147 famílias especialmente da região norte da cidade, onde os danos foram maiores.
O prefeito Murilo que na ocasião seguia para uma audiência na Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, em Brasília, determinou total atenção às famílias prejudicadas.
Na manhã de terça-feira, o coordenador da Defesa Civil João Vicente Chencarek e a secretária de Assistência Social, Ledi Ferla percorreram alguns bairros que foram mais atingidos. “Por determinação do prefeito, já promovemos o atendimento emergencial e vamos adquirir telhas para as famílias que não têm condições de comprar”, disse Chencarek. “Um levantamento para detectar essas famílias, está sendo feito de maneira rápida, antes de outra chuva”, acrescentou Ledi Ferla.
João Vicente informou que a Defesa Civil desde o momento dos fatos está percorrendo os locais mais atingidos e distribuindo lonas, como medidas paliativas. Ele explicou que cada lona tem capacidade para cobrir uma casa de 60 metros quadrados.
Pelos registros das 147 ocorrências atendidas, pelo menos 80% das casas tiveram as telhas quebradas. “São recursos próprios que o prefeito Murilo vai disponibilizar para atender essas famílias”, disse Chencarek.
Ana Maria Gonçalves, 40 que mora na Rua Sinésio de Matos, na Vila Araci, na Chácara dos Caiuás, teve o telhado da casa de 45 metros quadrados, totalmente destruído pelas pedras. Ela estava no trabalho quando a chuva aconteceu.
A irmã dela Ivone Gonçalves Ledesma, 48, disse que ela saiu hoje pela manhã para arrumar dinheiro para comprar novas telhas. “Vai ter que trocar tudo, porque todo o telhado foi danificado. O pior é que ela não tem condições financeiras para bancar esse prejuízo”, disse Ivone.
Ela informou que além da casa da irmã, a dela e de mais quatro casas da mesma rua tiveram o telhado danificado.
Na casa de Robson Hilário Jara, 26 anos, na Rua Projetada B 22, no Jardim Monte Líbano, o estrago também foi grande. Ele disse que na hora da chuva só estava em casa a mulher dele com os três filhos menores. “O susto foi grande e a minha mulher teve que esconder as crianças debaixo do berço para as pedras não atingi-las”, disse Robson.
Frente fria – O coordenador da Defesa Civil informou que a chuva de granizo foi resultado de um encontro de uma massa de ar quente com a frente fria, que formou as pedras. Nos últimos dias, Dourados enfrentava altas temperaturas. Na semana passada Defesa Civil de Dourados teve que emitir nota alertando a população sobre a baixa umidade do ar que cidade vinha enfrentando.
“O tempo seco, além de incômodo, pode desencadear problemas de saúde como rinite, asma e bronquite, além de outros mais sérios como infarto e acidente vascular cerebral (AVC)”, alerta Chencarek.
A média histórica de chuvas para o mês de Agosto é de 47,00 mm e até o dia 20 deste mês choveu apenas 5,4 mm em Dourados. Desde 2010, nos meses de agosto tem ficado bem abaixo da média.
No dia 13 deste mês choveu o equivalente a 5,2 mm e dia 17, 0,2 mm, quanto a umidade o dia mais crítico foi no dia 3, com índice de 18% registrado as 13h49. No dia 21, a unidade mínima foi de 22%. Com a chuva desta segunda-feira a umidade do ar em Dourados melhorou. A mínima subiu para 31% e a máxima 85%. Mas as temperaturas também despencaram. A mínima nesta segunda-feira foi de 10 C e a máxima 20 C.