Nem mesmo a estagnação do setor sucroenergético no Brasil, provocada pela falta de política governamental, tirou o brilho da Feira Agrometal do Mato Grosso do Sul, realizada em Dourados, de 22 a 24 deste mês. Nesta quarta edição do evento foram R$ 89,372 milhões em negócio fechados e perspectivas. O público também foi bom, com 3.700 pessoas passando pelos estandes nos três dias de evento.
O prefeito Murilo comemora os resultados, mesmo as perspectivas de negócios tendo sido inferiores às do ano passado, quando chegaram a R$ 130 milhões. Além da estagnação do setor, o período eleitoral, com os empresários aguardando a escolha do presidente da República para investir, acabaram provocando uma redução nos negócios.
“Estamos muito contentes; mesmo com um cenário estável a feira foi um sucesso com grande movimentação econômica. Isto confirma o que tenho dito sempre. O sucroenergético não tem volta. Esse governo é menos favorável ao setor, mas isso vai passar. É mais de R$ 1 bilhão investido em cada usina e não tem como parar”, diz Murilo.
O prefeito ressalta ainda que o etanol é o combustível do futuro e tem o açúcar, agora a energia elétrica e ainda uma infinidade de produtos de segunda geração a serem desenvolvidos a partir da cana. “Em São Paulo o setor é centenário, aqui temos apenas uma década. Mesmo que o governo não tenha uma política favorável agora, isso vai passar e Dourados se consolidará cada vez mais como grande pólo”, assegura.
A 4ª Feira Agrometal do Mato Grosso do Sul, a vitrine que mostra o desenvolvimento do setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul, reuniu 60 expositores locais, de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e outros estados, que apresentaram seus produtos para a indústria, comércio, serviços e agricultura.
Foram 24 palestras sobre áreas como segurança industrial e no trabalho, gestão industrial, agropecuária, gestão de negócios, máquinas agrícolas e industriais, lubrificação de máquinas e combustíveis, acoplamentos, gerenciamento de resíduos e a NR-12, entre outras. Teve ainda discussões sobre o fortalecimento da indústria e da representação classista do setor.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Wladimir Silva, foram 542 novos contatos para negócios entre empresas e clientes. Os expositores avaliaram a feira como organizada, muito boa para negócios e para contatos. “Estamos muito contentes; conseguimos fazer uma bela feira e agradar a todos”, afirma o secretário.
“Acho a iniciativa muito boa e tenho certeza que esse evento transformará numa grande feira em logo prazo; Sertãozinho começou assim. Dourados é a cidade onde tudo deve acontecer, é o pólo”, disse Evandro Borges, diretor administrativo da SR Tubos, de Sertãozinho. “Gostei muito do modelo da feira”, acrescentou a diretora comercial Lilian Moreira.
A Rodada de Negócios, organizada pelo Sebrae/MS, apresentou este ano um resultado bem melhor que o do ano passado. Foram R$ 38 milhões em perspectivas de negócios, contra R$ 15 milhões da edição passada. Seis empresas âncoras e 58 fornecedores participaram da rodada.
Carlos Miranda, da área comercial da Process, indústria de soprador de fuligem de Sertãozinho, também participou da feira com um estande. “Foi uma feira muito boa, bem organizada. As pessoas vão aos estandes, você tem um bom movimento”, afirmou, também fazendo referência que a Fenasucro, maior feira do setor no mundo, começou igual à de Dourados.
Com foco na indústria de manutenção do setor sucroenergético, mas englobando também a agropecuária, construção civil, petróleo e gás e papel e celulose, a 4ª Feira Agrometal foi realizada pela Prefeitura de Dourados, através da Semdes (Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Dourados), e o Simmme (Sindicatos das Indústrias Metal Mecânicas e de Materiais Elétricos da Grande Dourados). Foram parceiros o Sebrae/MS, o Ceise Br, o Gegis, o Banco do Brasil, o Sicredi, a Raizen, a Fiems, a Taurus como patrocinadora, a Passeio Turismo como agência oficial e o Hotel 10 como hotel oficial.