As empresas de transporte aéreo e terrestre têm orientações específicas sobre como proceder em caso de identificação de casos suspeitos de doença pelo vírus Ebola entre sua tripulação e passageiros. Os procedimentos estão estabelecidos em protocolo emitido pela Prefeitura de Dourados através do Departamento de Vigilância em Saúde.
Conforme o documento, no caso dos veículos que trafegam por terra, a empresa deve informar a autoridade local de saúde ou diretamente o Samu 192, para avaliação do caso suspeito. Além disso, ela deve fornecer a lista de passageiros para identificação de contactantes (indivíduos que tiveram contato com a pessoa contaminada pelo vírus de tal forma que exista possibilidade de terem o contraído).
Já no caso das empresas aéreas, o manejo do paciente deve iniciar dentro da aeronave e o caso informado para o aeroporto de destino, segundo protocolos e procedimentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e orientações dos organismos internacionais. Caso o destino seja o Aeroporto Regional de Dourados – Francisco de Matos Pereira, este deve informar as autoridades locais de saúde para que estas façam avaliação do caso e adotem medidas cabíveis.
Protocolo – Após estas etapas, os pacientes são submetidos às mesmas condições daqueles cuja suspeita foi identificada em unidades de saúde públicas ou particulares. A autoridade em saúde aciona o Samu 192 que desloca o paciente para o HU/UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados), designado como hospital referência para os casos suspeitos de Ebola no município.
O HU fará o isolamento do paciente e coleta de material para diagnóstico. O acompanhamento da pessoa com suspeita da doença será então realizado pelo corpo clínico do hospital e pelo órgão de vigilância em saúde.
Prevenção – “É importante ressaltar sempre que não temos qualquer caso suspeito de doença pelo vírus Ebola identificado no Brasil até o momento. O que estamos adotando é uma medida de prevenção e controle para o caso de aparecer uma pessoa com suspeita, todos os órgãos estejam preparados e saibam como agir”, esclareceu o gerente de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Dourados, Devanildo de Souza Santos.
Outros municípios de Mato Grosso do Sul, seguindo diretrizes acordadas com a Secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Saúde, também estabeleceram seus protocolos próprios. A preocupação é com a extensa região de fronteira do Brasil com o Paraguai e Bolívia que existe no Estado, com intenso fluxo de pessoas, inclusive estrangeiras.
Ebola – A doença pelo vírus Ebola é considerada grave e geralmente leva o paciente a óbito. É transmitida por relação sexual ou por contato direto por sangue ou outros fluidos corporais (saliva, urina, fezes) de pessoas contaminadas, mortas ou vivas. Também pode ser contraída por contato direto com sangue ou outros fluidos corporais de animais selvagens, mortos ou vivos, como macacos e morcegos. Não é transmitido pelo ar.
O período de incubação do vírus pode variar entre um e 21 dias. Após esta etapa, começam a aparecer sinais e sintomas da doença. O paciente apresenta subitamente febre, dores musculares, debilidade, dor de cabeça e de garganta. Na fase seguinte, o doente passa a apresentar vômitos, diarreias, manchas na pele, insuficiência hepática e renal. Várias pessoas passam a apresentar concomitantemente hemorragias internas e externas abundantes e insuficiência em outros órgãos onde 68% evoluem para óbito, segundo informações do Ministério da Saúde.
O diagnóstico é realizado através de exames sorológicos e de isolamento viral com o paciente em vida. Em caso de óbitos deve-se realizar necropsia e colher amostra do fígado. Quando não houver a possibilidade de necropsia, é realizada coleta por agulha de biópsia. Não existe tratamento específico para o Ebola. Os casos devem ser acompanhados com tratamento dos sintomas apresentados.
Serviço – A notificação do caso suspeito à autoridade de saúde deve ser feito pelo profissional de saúde ou serviço que prestar o primeiro atendimento ao paciente, o mais rápido possível. Os telefones para contato são 8468-8078 ou 3424-8167 preferencialmente, ou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde pelo e-mail: cievs.ms@hotmail.com ou telefones 8457-4422 ou 0800.647.1650.