A prefeita Délia Razuk retornou bastante otimista da primeira agenda oficial que manteve, em Brasília, com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a quem apresentou, nesta quarta-feira (29), um demonstrativo da realidade do setor e das demandas encontradas para solucionar entraves que envolvem, inclusive, o atendimento aos municípios da macrorregião.
Como resultado imediato do encontro, a Prefeitura terá mais recursos para a Central de Regulação [que controla a liberação de leitos e agendamento de exames para Dourados e região], o Ministério prometeu compensar o custo adicional que o Município tem, da ordem de R$ 3 milhões mensais, para garantir a pactuação entre os municípios, fator que não é revisado desde 2011, e, ainda, a reforma completa do PAM (Pronto Atendimento Médico) e a substituição de todas as 47 unidades odontológicas que atendem à população local.
A audiência com o ministro da Saúde foi agendada pelo deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), que também participou do encontro, acompanhado do assessor Sérgio Castilho Vieira. A prefeita Délia Razuk levou o secretário municipal de Saúde, Renato Vidigal, que apresentou um estudo completo das ações realizadas com recursos do Ministério da Saúde e as deficiências encontradas pela atual administração.
e-SUS
Dourados é um dos poucos municípios brasileiros que hoje está 100% interligado pelo e-SUS, o sistema de prontuário eletrônico fornecido pelo Governo federal. “Isso rendeu um elogio direto do ministro para a dona Délia. Em fevereiro, quando tivemos encontro em Campo Grande, o ministro havia dito que Dourados seria referência para a região Centro-Oeste em termos de informatização da Saúde; agora, em Brasília, ele disse que nós somos referência para o Brasil entre as cidades entre 150 mil e 200 mil habitantes”, relatou o secretário Renato Vidigal.
Com o e-SUS, o Município fornece, em tempo real, as informações de todos os procedimentos adotados pelo programa de sistematização do Prontuário Eletrônico do Cidadão, apresentando resultados para melhor contemplar os usuários do Sistema Único de Saúde. De acordo com o secretário municipal de Saúde, o ministro citou Dourados como uma particularidade nacional, acrescentando que recebe, em Brasília, em tempo real, informações sobre a boa aplicação dos recursos da Saúde que são destinados para Dourados.
Pactuação
A prefeita Délia Razuk também mostrou ao ministro Ricardo Barros números que mostram que Dourados custeia mais de 3 milhões por mês para manter a pactuação da macroregião, porque esse pacto não é atualizado desde 2011, e os valores com que as cidades da região participam acabam sendo insuficientes, “mas Dourados banca os serviços para não deixar desguarnecidos os pacientes das cidades que fazem parte dessa pactuação”, informou a prefeita. O ministro anunciou que vai enviar técnicos ao Município para verificar como o Governo vai poder compensar esses investimentos que, em princípio, deveriam estar sendo canalizados para atender a população local, “e que representam em torno de R$ 36 milhões por ano”, de acordo com a prefeita e o secretário Renato Vidigal.
Central de leitos e novos gabinetes odontológicos
Ainda durante a audiência, o ministro anunciou que vai ajudar Dourados a manter as ações da Central de Regulação [responsável pela reserva de leitos e por controlar exames para Dourados e os municípios vizinhos] e do Sisreg, onde Dourados arca com o custeio, da ordem de R$ 250 mil por mês, complementando os recursos federais previstos para suprir essa demanda. E, também, atendendo pedido especial do deputado Dagoberto, serão substituídas todas as 47 unidades odontológicas que funcionam em Dourados. “Garantimos ainda a reforma completa do PAM, para se transformar em um ambulatório de especialidades. Toda a estrutura física será restaurada e novos equipamentos vão ser instalados no PAM”, anunciou a prefeita, agradecendo o empenho pessoal do deputado. Recentemente, o senador Pedro Chaves (PSC) também havia encaminhado ao ministro pedido nesse sentido já apresentado pela prefeita e o secretário de Saúde.