A ativação do Hospital São Luiz será um marco para Dourados, após luta do prefeito Murilo ao lado do secretário de Saúde Sebastião Nogueira por esta unidade que será destinada à realização de cirurgias eletivas. A meta é zerar a fila por este tipo de procedimento que é um dos grandes gargalos do município.
Na manhã desta segunda-feira, dia 6, na sede do Hospital, foi assinado pelo governador Reinado Azambuja, Murilo e demais autoridades documento que prevê a transferência pelo Governo do Estado à Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), o valor de R$ 1,2 milhão para a aquisição dos equipamentos do Hospital. O aparelhamento já está na unidade.
“Podemos dizer que já está 95% pronto para que a unidade entre em funcionamento, precisamos definir a questão da gestão, para fazer a contratação dos profissionais”, relata Nogueira.
Segundo Reinado, a gestão da unidade ficará a cargo do Estado. Ele afirma que fará o encaminhamento à AL (Assembleia Legislativa) de um projeto que regulamenta a lei que permite pelo governo o uso de OSs (Organizações Sociais) para fazer a gestão de unidades hospitalares. Assim que este for aprovado o projeto, será criada a OS que administrará a unidade. Tudo será feito em regime de parceria com o município.
Nogueira lembrou que todo o trabalho do município que está resultando na ativação do Hospital São Luiz é uma luta dele e do prefeito Murilo desde o ano passado e que agora se torna realidade. “A gente lutou, apresentou o projeto para o governador, conseguiu estabelecer esse consenso, enfrentou e agora está saindo do papel. Será um passo muito importante para a Saúde de Dourados dentro do que estamos fazendo”, relatou.
O Hospital dá suporte a uma ampla reestruturação que vem sendo feita na saúde de Dourados, com avanços nas mais diversas áreas. Na atenção básica há melhorias, hoje não faltam médicos ou medicamentos e todas as unidades de saúde passam por uma revitalização. A estrutura de urgência e emergência foi toda reformulada com a instalação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24h.
A partir de agora, o gargalo das cirurgias eletivas deve chegar ao fim. “O Hospital Universitário é o contratado para fazer essas cirurgias, mas não vem cumprindo a meta e isso tem gerando filas e demandas. Com o Hospital São Luiz esperamos que isso seja solucionado”, relatou. As eletivas são aquelas cirurgias que não são caracterizadas como de emergência, ou seja, que o paciente precisa fazer, mas que podem ser agendadas, como por exemplo, as cirurgias de catarata, próteses, coluna, entre outros.
Em seu discurso, o secretário falou com firmeza sobre o subfinanciamento da saúde pública, principalmente por parte da União, e que tem prejudicado Dourados. Para isso citou exemplos de outras macrorregiões do Estado, como Campo Grande e Corumbá, que recebem proporcionalmente recursos muito superiores aos de Dourados para o atendimento à sua população. “A União implanta programas, constrói prédios e empurra a responsabilidade financeira para o município resolver, com programas subfinanciados”, relatou Nogueira.
Ele ainda falou da participação do Estado que até no ano passado era mínima. De todo o gasto do município, 50% é pago com recursos da União, 41% saem dos cofres municipais e apenas 9% do Estado. “Nós queremos um novo olhar do Estado para 2015 e acreditamos que já estamos tendo, com a instalação deste Hospital”, afirmou Nogueira.
Murilo lembrou que quando convidou Nogueira para assumir a Secretaria de Saúde foi justamente com o compromisso de enfrentar a demanda da cidade, devido a sua experiência em gestão hospitalar e de fundação, e que é isso que ele tem feito ao seu lado de forma técnica.
O prefeito lembrou que a Secretaria de Saúde é plena, “a prefeitura passa para a Secretaria de Saúde o que eu disponho da fonte de recursos ‘zero zero’”, disse ele, lembrando que esta fonte é o arrecadado em ISS e o IPTU, tributos municipais. “Eu passo um valor fixo para ele [Sebastião] e esse valor fixo representa 24% do meu orçamento, enquanto a lei obriga o município a passar 15%. Então isso é o que eu posso passar. Ele sabe disso e não pede mais nem um real para mim, tem que se virar e correr porque temos que atender essas demandas, esses desafios que nós temos”, relatou.
Murilo lembrou que Dourados tem a gestão plena da saúde pública para atender a 33 municípios da região e que para isso é preciso trabalhar com números para poder ter uma receita cada vez melhor, para que todos que precisam do serviço possam ser atendidos. Diante disso a luta junto ao Estado e União para ampliar os repasses.
Ele ainda ressaltou como um gesto de “gratidão” o do governador de realizar a ativação o Hospital em parceria com o município e agradeceu, lembrando que serão colhidos muitos frutos dessa ação. Murilo aproveitou ainda para lembrar que Dourados possui uma Câmara de Vereadores e uma bancada de deputados estaduais bastante participativas e que continuamente discutem com o município o que é melhor para a população.