Uma conta que não fecha. Assim pode ser classificada a situação financeira da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados).
Criada em 2014 para administrar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida, a fundação tem atualmente uma dívida milionária, com um déficit geral de mais de R$ 70 milhões e um saldo negativo mensal de R$ 2,5 milhões.
O novo diretor-presidente da Funsaud, Milton Batista Pedreira Junior, que assumiu em janeiro na administração do prefeito Alan Guedes, afirma que encontrou a Fundação “com vários problemas, salários atrasados, atraso no pagamento de fornecedores e prestadores de serviço, além das dívidas tributárias e precatórios. Até a conta de energia está com parcelamento atrasado”.
Uma reunião com membros do Conselho Curador da Funsaud, realizada na primeira quinzena de janeiro, sugeriu a aplicação de uma auditoria externa para apontar todos gargalos da Fundação. Apesar de apoiar a ação, o atual diretor lembrou que não há caixa para que esse trabalho seja efetuado, uma vez que uma auditoria privada gera novos custos aos cofres já deficitários. “Eu defendo a auditoria externa e seria até um respaldo para nossa gestão, mas eu não tenho como tirar dinheiro do pagamento de funcionários, por exemplo, para realizar esse serviço”, reforça.
Uma auditoria interna foi realizada no final de 2020, inclusive com participação do município. O objetivo é usar o relatório para iniciar o levantamento de dados e apurar as destinações dos recursos nos últimos anos.
A nova gestão da Funsaud, além de regularizar as pendências mais urgentes, também está fazendo gestões constantes junto a Prefeitura de Dourados e ao Governo do Estado no intuito de encontrar caminhos para resolver as pendências o quanto antes. “Posso garantir que essa nova administração será pautada na transparência e objetividade. Enxugar os gastos é a prioridade. Para isso uma série de ações serão gradativamente implantadas, como readequação de horas extras, reestruturação da equipe, definições de fluxos de trabalho, melhor controle de estoque para evitar desperdícios e redefinições nas normas de fiscalização dos contratos vigentes”, finalizou Milton Júnior.