Murilo reunido com a secretária de Educação, Marinisa Mizoguchi, vereador Aguilera de Souza e representantes da Coordenadoria de Assuntos Indígenas da prefeitura para discutir a educação indígena – Divulgação
A administração do prefeito Murilo tem trabalhado para que os avanços na educação indígena se tornem realidade em Dourados. Esta semana, a secretária de Educação Marinisa Mizoguchi e vereador Aguilera de Souza, primeiro índio eleito para a Câmara Municipal, vão à Brasília em busca de recursos para construção de um Ceim (Centro de Educação Infantil Municipal) na Reserva Indígena.
“Não existe no Brasil um Ceim construído em área indígena, estamos em busca do primeiro. Quando existe a questão cultural envolvida há todo um cuidado por parte do governo federal, principalmente relacionado ao desenvolvimento da língua materna dentro dessas comunidades. Mas, quando há um consenso da comunidade indígena, existe a possibilidade”, explica a secretária.
Ela ainda lembra que é necessária a aprovação da Secad (Secretaria Especial de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade) do MEC (Ministério da Educação), que avalia os projetos que envolvem comunidades indígenas. Além dessa secretaria, Marinisa e Aguilera ainda vão ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) que é responsável pelas obras.
Além do Ceim, ainda será solicitada a implantação no PAR (Plano de Ações Articuladas) de mais uma escola indígena para a Reserva de Dourados. A unidade necessária na aldeia Jaguapiru seria com 12 salas para contemplar pelo menos 800 alunos.
Murilo reunido com a secretária de Educação, Marinisa Mizoguchi, vereador Aguilera de Souza e representantes da Coordenadoria de Assuntos Indígenas da prefeitura para discutir a educação indígena – Divulgação
A secretária e o vereador ainda vão reivindicar a cobertura para quatro quadras poliesportivas de escolas. “Temos sete escolas municipais, todas têm quadras, mas apenas três estão cobertas, queremos cobertura para as outras”, explica Marinisa.
MAIS AVANÇOS
Além de reivindicar maior aporte em recursos da União para a Educação Indígena, o município ainda está a frende de uma série de avanços que já vem sendo visto em instituições de ensino das aldeias e planeja mais melhorias para os próximos meses. O trabalho é para melhorar a estrutura das escolas, melhorar a qualidade do ensino para os alunos e as condições de trabalho para professores.
Duas salas de aula novas já foram construídas na escola Agostinho. Estão iniciando ainda quatro salas na escola Araporã e serão iniciadas cinco na Tengatuí Marangatu. A intenção é melhor adequar a estrutura para comportar os alunos que já estão matriculados na rede. Ao todo, o município mantém 3.850 alunos indígenas
CONCURSO
Estabilidade dos profissionais também é preocupação do prefeito Murilo. Diante disso o município avança nos preparativos para a realização de um concurso público para professores indígenas. Hoje, 85% dos docentes em escolas das aldeias trabalham em cargos de comissão.
“O prefeito Murilo sinalizou positivo para fazer um concurso específico com foco na comunidade indígena, foi um avanço muito interessante porque o último foi em 2008 e agora, deverá sair do papel em breve”, explica o diretor do Departamento de Educação da Coordenadoria de Assuntos Indígenas da Prefeitura, Elias Moreira que é índio terena.
Segundo ele, a Coordenadoria de Assuntos Indígenas vai fazer um estudo junto com a Secretaria de Educação para estabelecer os critérios que serão exigidos para a contratação dos serviços efetivos para atuar nas escolas das aldeias.