A segunda captação de órgãos em um período de dois meses em Dourados é fruto do trabalho desempenhado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (Cidot) criada pela Secretaria Municipal de Saúde na administração atual, dentro do Hospital da Vida.
Segundo o secretário de Saúde, Renato Vidigal, esta comissão é responsável por fazer todo o trabalho de abordagem e investigação de morte encefálica que encaminha potenciais pacientes ao procedimento de captação.
Com a comissão formada passou-se a fazer com urgência os exames e análise de critérios para doação que detectam essa potencialidade. “Assim que assumimos a prefeita Délia determinou que houvesse uma ação mais efetiva para este quesito e montamos uma equipe competente para o serviço que tem colhido frutos”, disse o secretário.
O secretário ressalta que, com 2 meses e 10 dias de administração, é a segunda captação bem sucedida na maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul, a segunda da história do Hospital da Vida. “Dourados passa a ser referência no Estado. Damos o apoio para este trabalho que se destaca positivamente em todo o país”, disse.
A criação da Cidot levou em consideração a característica do hospital, que atende trauma e urgência, e é local de potenciais doadores que podem ter os órgãos captados.
“É um serviço de grande valor para a cidade porque é a vida pela vida. A pessoa que doa órgão está salvando mais de uma pessoa. A família viabilizou a doação e ajudou muita gente, com melhor qualidade de vida para pelo menos 4 pessoas”, finaliza o secretário.
Importante ressaltar que qualquer pessoa interessada em doar os órgãos precisa manifestar o desejo em vida, comunicando principalmente os familiares. Os órgãos são transplantados em pessoas que aguardam em uma fila nacional de transplantes.
Captação
Na madrugada de sexta-feira (10), o avião da Força Aérea Brasileira com a equipe da Central Nacional de Transplantes chegou a Dourados para a captação de órgãos da doadora Jandira Gonçalves Silva Martins, de 39 anos.
A paciente deu entrada no Hospital da Vida em 4 de março e faleceu na quinta-feira.
A aeronave saiu de Brasília e pousou em Dourados à 0h20 para a cirurgia de captação de rins, córneas, fígado e pâncreas que serão destinados a pacientes de Campo Grande, Capital de MS, Pernambuco, São Paulo e Brasília.
Em janeiro, a primeira captação de órgãos da história do HV foi feita no guarda municipal Roberto Aparecido Ramos, que teve morte cerebral. Foram captados o pâncreas, os rins e o fígado.