Cadeiras de rodas nas vagas destinadas a veículos diversos, em um amplo trecho da Avenida Marcelino Pires, chamavam a atenção na manhã desta sexta-feira em Dourados. A blitz do Dia Nacional da Luta das Pessoas com Deficiência alertou aos que trafegavam pela principal via da cidade para o respeito às vagas exclusivas.
O diretor da Agetran (Agência Municipal de Trânsito e Transporte), Carlos Fábio Selhorst dos Santos, disse que a blitz foi direcionada dentro da proposta da prefeita Délia Razuk, para traçar ações constantes com foco em educação e prevenção no trânsito. A iniciativa contou com parceria do Centro de Convivência Dorcelina Folador e fez parte da programação da Expotrânsito.
Cristhian Lelis, do núcleo de educação para trânsito da Agetran, revela que as multas para pessoas que usam vagas destinadas a deficientes físicos de forma irregular no município são freqüentes. Segundo ele, a Agência trabalha com fiscalização e orientação nesse aspecto durante todo o ano.
“Hoje é uma mobilização, no entanto, este trabalho é freqüente. Notificamos uma média de 250 pessoas por mês usando indevidamente essas vagas, as pessoas precisam mudar esse comportamento e entender que esses locais foram direcionados para facilitar para quem tem mais dificuldades para se deslocar, não devem ser utilizadas nem com a desculpa do poucos minutos”, destaca.
Alex Morais, do Centro de Convivência Dorcelina Folador, cita que o comportamento das pessoas em relação a respeitar as vagas tem mudado após muitas atividades de conscientização. “As pessoas têm respeitado mais. São sete anos que desenvolvemos essa ação e sentimos mais apoio da população, apesar do desrespeito ainda existir por uma parcela da população. O fato de mexer no bolso também ajuda no respeito às vagas. Hoje as medidas são mais duras com multa de R$ 293 e sete pontos na carteira”, observa.
Ele também citou como “mudança positiva” a permissão para que os órgãos de segurança possam identificar e multar o uso indevido das vagas também em estabelecimentos comerciais, como mercados, farmácias e outros.
Participante da ação, a cadeirante Elizabete Grava dos Reis, 55, conta que faz uso das vagas destinadas a pessoas com deficiência há muitos anos e que acredita que a conscientização precisa continuar sendo trabalhada constantemente, pois diariamente enfrenta situações incômodas para usufruir esse direito.
“Existe dificuldade ainda, apesar da melhora. Tem pessoas mal educadas, ainda é preciso evoluir nesse sentido. Penso que nós deficientes físicos precisamos nos unir, mostrar que buscamos nossos direitos, não pode deixar pra lá, quando identificar o desrespeito acionar autoridades competentes se necessário e atuar em atividades como a blitz de hoje por melhorias”, destacou.
Para a ação a Agetran contou com apoio da Unigran, Polícia Rodoviária Federal, Sest/Senat, Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, Detran MS, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Educação, Samu, Guarda Mirim, CCR MSVia e Grand Prix.