Uma reunião realizada na tarde desta quarta-feira (25) no gabinete da prefeita Délia Razuk deu início a um plano de ação para buscar o reequilíbrio financeiro da saúde em Dourados, especificamente no setor hospitalar. O município, a exemplo de outros no país, enfrenta uma grave crise e a determinação da prefeita para sua equipe técnica é que se promovam estudos para readequar esse processo, evitando prejuízos maiores à população local.
Como referência e polo regional na saúde, Dourados atende hoje 32 municípios na média e alta complexidade, ou seja, na rede hospitalar, tanto através da UPA quanto do Hospital da Vida. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem uma tabela de repasses que não é alterada desde o ano passado e que, consequentemente, não atende à demanda. O município de Dourados, com orçamento local, tem suprido essa necessidade, mas chegou ao limite.
Como relatou o diretor presidente da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), Américo Monteiro Salgado Júnior, a prefeita Délia Razuk tem utilizado meios diversos e não tem medido esforços para manter a UPA e o Hospital da Vida, que é uma conquista da população douradense. Porém, segundo ele, “a situação está crítica e estamos realmente em estado de emergência financeira”.
Délia afirmou que mesmo diante dessa situação de dificuldade ela vai cumprir os compromissos firmados com a população. Ela garantiu durante a reunião que não vai fechar hospital e nem acabar com a Funsaud. “Nós estamos reunidos aqui para buscar soluções que possam melhorar o que temos hoje e com isso procurar oferecer um atendimento cada vez melhor às pessoas”, ressaltou a prefeita.
A dentista Maria Piva, da Secretaria de Saúde de Dourados, estará à frente de uma das ações, que é a revisão do PPI (Programação de Pactuada e Integrada). A PPI é quem define a programação das ações de saúde em cada região e norteia a alocação dos recursos financeiros a partir de critérios e parâmetros pactuados entre os gestores, para garantia de acesso da população aos serviços de saúde.
Délia pediu esse levantamento, cuja previsão de conclusão é de até 60 dias, para não colocar a população de Dourados em prejuízo por conta do benefício a outros municípios. Para os técnicos que participaram da reunião não há como deixar de atender pacientes de outras localidades pactuadas, mas os douradenses não podem ser penalizados por isso e nem a prefeitura tem como bancar com recursos próprios esses atendimentos.
O secretário municipal de Saúde Renato Vidigal também participou da reunião e garantiu à prefeita que sua equipe vai concentrar esforços nesta questão, que é de fundamental importância para toda a região; adiantou que outras reuniões como a que aconteceu nesta quarta serão realizadas e medidas serão tomadas para que seja possível esse equilíbrio financeiro no setor, evitando um colapso.