A população douradense tem amplo espaço para participar com proposta de soluções que visam melhorar a mobilidade urbana do município em curto, médio e longo prazo. A importância da participação da população foi destacada na audiência pública “Diagnóstico da Mobilidade Urbana de Dourados”, realizada nesta terça-feira (30) no plenário José Cerveira do CAM (Centro Administrativo Municipal).
Durante a audiência foi apresentado o diagnóstico compilado através de pesquisas quantitativas e qualitativas feitas com a população douradense, que mostra o cenário geral de como está a mobilidade na cidade atualmente. O resultado é o apanhado geral da pesquisa feita na rua presencialmente com usuários e via internet no site da prefeitura.
A apresentação foi feita por Edson Marchioro do escritório especializado de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia, de Caxias do Sul (RS), que leva seu nome. Esta empresa foi contratada pela prefeitura para elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Dourados, que garantirá as diretrizes para os próximos 10 anos.
Na ocasião foram apresentados todos os pontos críticos da cidade, relacionados à mobilidade. Isso desde o perfil dos usuários de transporte coletivo, bicicletas, carros, entre outros, até apontando os pontos mais críticos de cruzamentos, problemáticas ocasionadas pela alta gratuidade prevista em leis para uso de ônibus, e outros.
O relatório técnico completo de todo o levantamento que é um “raio-x” da mobilidade na cidade apresentado durante a audiência será disponibilizado no portal da Prefeitura de Dourados para acesso por toda a população de forma detalhada.
Nesta página ainda haverá ainda um campo para que os douradenses acrescentem informações e também deem sugestões de solução do que pode ser feito para resolver as problemáticas apresentadas. Após a audiência, a página entra em fase de elaboração e estará disponível em breve.
Com as soluções propostas e também estudo feito pelo escritório especializado, será elaborado um primeiro esboço do Plano de Mobilidade Urbana que será apresentado numa nova audiência pública. A partir da participação popular com contribuições para este, será realizada uma segunda audiência para que seja proposto o Plano definitivo.
“A ideia do plano é verificar onde estão os problemas e onde haverá problemas no futuro, para que o gestor possa planejar a cidade de tal forma que possa não só solucionar o que já está em ‘sinal vermelho’, mas também prevenir para que esses problemas futuros não aconteçam. É mudar todo o sistema pensando a cidade para o futuro”, explica o secretário de Planejamento, Luiz Roberto Martins de Araújo.
Se antecipando, o prefeito Murilo já tem solucionado problemas que são identificados como gargalos do município. Segundo Marchioro, um dos grandes avanços que a cidade passa atualmente é a implantação do sistema de reestruturação do transporte coletivo com a implantação das estações leste, oeste, norte e sul, que vão desafogar o centro da cidade.
As primeiras estações a serem implantadas serão a Leste e Oeste, que vão compreender extremidades da avenida Marcelino Pires. Uma destas já está com a ordem de serviço expedida e a outra em fase de processo licitatório. Com estas primeiras, já vão ser sentidas as primeiras melhorias.
“Vai reduzir para um menor espaço de tempo e uma menor quilometragem, o tempo de chegada do usuário ao seu destino. É menos veículos circulando na área central, menos congestionamento”, explica o arquiteto e urbanista.
Os projetos que serão elaborados a partir do diagnóstico da mobilidade serão realizados em três frentes principais, priorizando sempre os pedestres. Estes são o “Calçada Legal”, “Rede Cicloviária Integrada” e “Intervenções Viárias e Tratamento dos Pontos Críticos”. Marchioro lembra que pelo menos 95% das soluções necessárias geralmente simples e que podem melhorar a qualidade de vida da população e o acesso à cidade.
O Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Dourados é embasado na Lei da Mobilidade Urbana [Lei 12.587, de 03 de janeiro de 2012], que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, cujo instrumento objetiva a prioridade dos modos coletivos e não motorizados de transportes, da integração entre os diferentes modais de transporte e a melhoria da acessibilidade e mobilidade de pessoas, bens e cargas nas cidades brasileiras. O plano tem como seu principal objetivo proporcionar o acesso a toda a população às oportunidades que a cidade oferece, favorecendo o exercício da cidadania.