Durante a abertura do evento “Os Direitos da População Infanto-Juvenil Indígena” o prefeito Murilo na manhã desta quinta-feira (17) o prefeito Murilo chamou a atenção do governo federal para que tenha um olhar diferente sobre a população indígena de Dourados. “Brasília precisa ter um olhar diferente, pois aqui existe uma integração entre a população da cidade e da aldeia; aqui temos praticamente aldeias urbanas”, afirmou.
O evento realizado no anfiteatro da Unigran foi promovido pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) com a parceria da Unigran e da Prefeitura de Dourados. Murilo lembrou que a Reserva Indígena de Dourados, formada pelas aldeias Jaguapiru e Bororó, abriga 14 mil habitantes, sendo a maior do país. “Nossos indígenas são integrados socialmente e economicamente com a sociedade douradense; eles trabalham, estudam e cursam faculdade”, explicou.
Para o prefeito, uma das grandes frustrações de sua vida política é não conseguir levar para as aldeias de Dourados os Ceims (Centro de Educação Infantil). “Brasília não autoriza, já que considera que a mulher indígena tem que cuidar dos filhos. Já tentamos convence-los de que a mulher indígena é diferente que. Hoje ela trabalha na cidade e estuda, como qualquer outra mulher”, ressaltou.
O prefeito lembrou a conquista de ter levado um Ceim para um distrito de Dourados, o de Vila Vargas. “Demos esse passa importante, mas com relação a educação infantil nas aldeias essa é uma grande frustração que vou levar comigo”, ressaltou.
Para o desembargador Eduardo Machado Rocha as questões indígenas são históricas, desde o descobrimento do Brasil e não existe como a Justiça se omitir. “Não podemos desdenhar os direitos das crianças e adolescentes indígenas”, disse.
O evento teve a participação ainda da secretária de Assistência Social, Ledi Ferla, que abordou a gestão local da política de Assistência Social na ampliação de programas as famílias indígenas, principalmente no que se refere ao atendimento do Cras indígena, Creas e equipe técnica; capacitação para equipes da rede intersetorial, Conselho Tutelar, Sistema de Justiça, Psicólogos e Assistentes Sociais da Saúde, voltadas para questão indígena e Família Acolhedora Indígena.
O evento foi destinado aos magistrados da 2ª Circunscrição Judiciária (Dourados, Caarapó, Itaporã, Fátima do Sul, Glória de Dourados e Deodápolis), para os promotores de Justiça, defensores públicos, delegados, equipe psicossocial, representantes indígenas e da Funai e acadêmicos.
O evento foi aberto às 8h30 e teve como objetivo debater as situações em que envolvem as crianças e adolescentes indígenas na região de Dourados em relação à proteção e o acolhimento. A palestra “O Direito da criança e do adolescente indígena conforme o ECA” foi proferida por Paulo Eduardo Lépore, com a participação de Rodrigo Zoccal Rosa. Após aconteceu debates.
Teve a presença também do presidente da Câmara de Vereadores, Idenor Machado; do juiz dos Diretos da Infância e da Adolescência, Zaloar Murath Martins; do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) 4ª subseção de Dourados, Felipe Azuma; do procurador federal da Funai, Carlos Felipe da Silva Ribeiro; do vereador indígena Aguilera de Souza, da reitora da Unigran, Rosa De Déa, além de outras autoridades.