A Coordenadoria de Assuntos Indígenas criada pelo prefeito Murilo tem realizado diversas ações e debates voltados à melhoria na qualidade de vida nas aldeias de Dourados, em todas as áreas. A educação, que tem uma atenção especial pelo órgão é um exemplo.
“Na administração do prefeito Murilo, a comunidade tem espaço para discutir o assunto no âmbito da comunidade escolar como um todo. A Secretaria de Educação é muito aberta aos debates, com um olhar especial e respeito às opiniões e decisões da coordenadoria”, explica o diretor do Departamento de Educação da Coordenadoria de Assuntos Indígenas, Elias Moreira que é índio terena.
Coordenadora pedagógica do departamento, a índia Kaiowá Cristiane Alves Machado lembra que todos os temas pertinentes à área são discutidos com autonomia pela coordenadoria. “Hoje os índios tem representatividade no âmbito municipal. Os projetos são discutidos e realizados, não estamos mais excluídos nesse sentido. Além de nos dar oportunidade, o prefeito ainda confia na nossa competência e está dando certo”, relata.
PROJETOS
Entre os assuntos que estão em pauta na coordenadoria para a área da educação, está o projeto que visa garantir o difícil acesso a professores indígenas que moram nas aldeias. Isso porque as escolas muitas vezes são longe das casas dos profissionais e não há transporte coletivo dentro da Reserva, muitos professores seguem com outros meios para dar aula, inclusive bicicleta e a pé, em longas distâncias.
Outra pauta debatida é a intenção de realizar concurso público para contratação de docentes em cargos efetivos. O decreto que cria a função específica para ‘professor indígena’ já existe e uma reivindicação da comunidade é para que haja o processo seletivo que dá mais estabilidade aos profissionais. Hoje, 85% dos docentes trabalham em cargos de comissão.
“A gente maioria dos professores que trabalham hoje nas escolas indígenas é de índios que moram na cidade ou na reserva. O número só não é maior porque falta mão de obra. Mas, ao mesmo tempo temos universidades formando índios capacitados para ocupar as vagas na cidade, então a ideia é que isso seja reduzido nos próximos anos”, lembra Moreira. Em escoas do pré ao 5º ano a quantidade de professores indígenas chega a 90%, já do 6º ao 9º ano por falta de mão de obra, o volume de não-índios dando aula é maior.
A importância de manter professores indígenas nas escolas das aldeias é uma forma não só de melhorar a aprendizagem, mas de valorizar a cultura e a língua destes povos. “Eles reconhecem o contexto sociocultural do aluno, a identidade, a cultura. Isso contribui com o aprendizado e também fortalece a cultura indígena”, ressalta Cristiane.
Dentro desse contexto, outro ponto que a coordenadoria discute é a realização de um curso de língua indígena voltado para professores. A intenção é aperfeiçoa-los para as aulas. Nas aldeias, os alunos são alfabetizados em língua portuguesa e em língua indígena, tendo aulas de guarani-kaiowá e terena.
JOGOS ESCOLARES
A realização da 2ª edição dos Jogos Escolares Indígenas em 2015 também é preparada, com intenção de que aconteça em outubro na Vila Olímpica Indígena. São oferecidas diversas modalidades, incluindo a de esportes tradicionais como arco e flecha, corrida, cabo da paz e lança.
“As escolas municipais e estaduais participam, é uma forma de interação não só entre as instituições participantes, mas também entre as etnias para fortalecer os vínculos e manter a cultura através de jogos tradicionais”, lembra a índia terena Eunice Aedo Gerônimo, também coordenadora pedagógica do departamento. No ano passado, a competição foi um sucesso.
AVALIAÇÃO
Todas estas propostas que estão em fase de estudo e elaboração pelo departamento da coordenadoria são acompanhados pelo prefeito Murilo, que já teve uma reunião preliminar com os representantes do órgão. Ele sinalizou positivamente diante das demandas apresentadas. Os assuntos ligados a esta questão são sempre avaliados com bastante entusiasmo e planejamento, sempre vislumbrando a melhoria na condição de vida dos indígenas.