O clima de festa junina será mais do que especial em Dourados. Isso porque na sexta-feira, 16 de junho, acontece um momento raro da autêntica música sul-mato-grossense com o encontro de gerações da Família Sater: o violeiro Almir Sater, junto do seu filho Gabriel e seu irmão Rodrigo, que se apresentam ao lado dos Hermanos Irmãos. Os três artistas fazem parte da programação da 44ª Festa Junina de Dourados e também realizam apresentações individuais na mesma noite.
Para aumentar a expectativa desse verdadeiro encontro de gerações da Família Sater, atualmente o filho de Almir, Ian, que é guitarrista, também integra a banda do pai. Com isso, serão quatro gerações dos Sater no palco do evento.
A família do violeiro tem uma forte conexão com Dourados, já que os avós paternos de Almir moraram na cidade, onde chegaram a ter a Loja Três Irmãos, e o próprio violeiro residiu em Dourados em 1961. Ele lembra inclusive que seu pai chegou a jogar e ser técnico do Ubiratan, time de futebol douradense conhecido como o Leão da Fronteira. Almir destaca que possui vários primos na cidade, que foi em Dourados que ganhou sua primeira bicicleta e que a apresentação na cidade será uma celebração.
O público também terá um encontro com um repertório musical voltado para a identidade cultural sul-mato-grossense, uma vez que tanto Almir Sater quanto Gabriel, Rodrigo e Hermanos Irmãos são artistas que cantam o estilo de vida de Mato Grosso do Sul. A 44ª Festa Junina de Dourados será uma oportunidade para o público vivenciar de perto essa caravana cultural, que comprova que a música sul-mato-grossense resistiu ao tempo e continua proporcionando momentos inesquecíveis.
Dez anos de Hermanos Irmãos
Hermanos Irmãos comemora dez anos de trajetória com o novo show “Delta da Vida”. O trio é formado por Jerry Espíndola, Márcio De Camillo e Rodrigo Teixeira. O grupo lançou em fevereiro a sua versão do hit fronteiriço “Trem do Pantanal”, com arranjos assinados pelo produtor catalão Campi Campón, e em março foi a vez de disponibilizar nas plataformas digitais a nova produção musical, o EP “Delta da Vida”.
Os músicos sul-mato-grossenses utilizam no trabalho do Hermanos Irmãos a linguagem do universo folk, priorizando os arranjos vocais e misturando texturas fronteiriças da polca paraguaia e guarânia com influências do rock, blues, MPB e jazz.
O repertório do show traz as quatro canções do novo EP e músicas dos álbuns “Por América”, gravado em Assunção, e “Hermanos Irmãos – Ao Vivo”. Além de “Trem do Pantanal” e “Vida Cigana”, o trio também apresenta a inédita “Bodoque”, de Tetê Espíndola e Marta Catunda.
O Hermanos Irmãos constrói uma rede de conexões que liga o Brasil a outros países do continente, como Paraguai, Bolívia e Peru. O trio protagoniza um dos principais intercâmbios brasileiros com músicos de outros países da América do Sul. O trio representou o Brasil na primeira edição do “Festival Cultural del Mercosur”, em novembro de 2015, em Assunção (Paraguai), e no “II Festival de Música Nativa”, no Vale Sagrado dos Incas, em Lamay (Peru), em 2017.
Em 2016, refez a mítica viagem de Corumbá (MS), passando por Santa Cruz de La Sierra, La Paz e Lago Titicaca (Bolívia), chegando até Cusco (Peru) e tendo como ponto final Machu Picchu. Mesmo roteiro feito por Paulo Simões e Geraldo Roca em 1975, quando compuseram “Trem do Pantanal”, canção que se tornou hino-não oficial de MS. A aventura é registrada no videoclipe que o trio fez com a nova versão para “Trem do Pantanal”, com arranjos assinados por Carles Campi Campón, produtor musical e engenheiro de som espanhol, ganhador do Grammy Latino.
Ao longo da sua trajetória, o Hermanos Irmãos realizou vários circuitos universitários (UFMS) em 10 cidades do interior do Estado, participou de projetos como MS Canta Brasil, abrindo para Rita Lee, e realizou shows em São Paulo (Núcleo Contemporâneo) e Rio de Janeiro (CCBB), além de também participar de eventos como o Festival da Chapada dos Guimarães-MT e Música do Brasil Central, em São Paulo (Bona). O grupo Hermanos Irmãos propõe descortinar um outro Brasil, o Brasil de dentro, o Brasil fronteiriço, o Brasil profundo.